quarta-feira, 26 de junho de 2019

COISAS IMPUBLICÁVEIS

fodam-se.
e não me digam
depois
que contraíram
alguma doença...
APRENDIZ DE QUALQUER CRIA

O meu silêncio não é maior
que a minha inquietude


Há solidão e ela povoa
os meus sentimentos


Ainda, assim, a felicidade
persiste em meus desejos


A mais loucura no meu coração,
do que a sombra do medo


Eu sinto que ainda ando
e ando tão vivo, mais do que me assombra


Ninguém sabe
pois, ninguém imagina a minha fragilidade


saudade de um tempo,
de um minuto, de um ano, de um século


Só o poeta adora o soluçar, antes, das lágrimas
e, após, o sorriso que derruba a incrível dureza


Ainda, acredito na alegria
e, não mais no paraíso


Talvez, seja menos dolorido, sobrevivermos
como se fôssemos frágeis humanos fortes


Não faço muitos amigos
Pois, já tenho inimigos pra brincar comigo


E apesar de tudo isso,
Nada me desmotiva dos meus objetivos

terça-feira, 25 de junho de 2019

Tinha que ser assim...

eu quase acreditei
que era a mais pura verdade
eu ouvia o que eu queria
e o que eu não queria
fingia em não ser
deixei tudo pra trás
mesmo os amores mais leais
pensei que nada passaria
de uma brincadeira
e que na vida todo sonho seria capaz


eu quase imaginei
um mundo cheio de fantasias
em que a realidade 

era um conto de fadas
um fazer que se desfazia
e não existiria dor
nem demônios astrais
e quem pagaria as contas
no fim das contas
não haveria pra quem pagar


eu quase precisei
me ver mais uma vez
diante do espelho
e ter a certeza
que na vida
também haveria erros
mas era tanta confiança
que eu até mesmo desconfiei
da tal esperança
criança que eu sempre me achei

sábado, 22 de junho de 2019

PERTO DA VIDA ÍNTIMA DE UM POETA

morremos pelo amor
vivemos por ele
sem medo de sermos felizes
sentimento que nos faz
vivermos juntos
às vezes por um longo tempo
outras vezes por um tempo curto
e é assim como tudo é insanamente
tão lúcido


vivemos pelo amor
morremos por ele
com coragem enfrentamos as diversidades
mentiras ou verdades
separam corações e mentes
sinceridade falsa
ou falsa sinceridade
o que vale é sermos mais por inteiro
e menos pela metade

sexta-feira, 21 de junho de 2019

VOCÊ FAZ O QUE TU PODES
(o que eu não posso fazer...)


tentei mostrar aqui
coisas que eu não consigo
dizer pra ti
quando estou olhando
pra você


eu uso armas de brinquedos
e tu me mata de verdade
com uma flecha que você
parte o meu coração
amor, amor vou sentir saudades


quero voltar pra onde
eu nasci
era bem perto de ti
tão dentro de você
será sonho ou realidade


não há verdades
benditas
nem sinceridades
que não abram feridas
tudo é sentido


nada de maldade
sua santidade - amém!
palavras são sempre ditas
mais que qualquer caridade
menos que paz e amor


tu sabes
que às vezes eu estou fechado
e você de portas abertas
assim como o silêncio
que bate na alma e a desperta


você sabe
que a felicidade
não nasce da solidão
é preciso ter coragem
e compaixão
Causa e Efeito

tenho que dizer pra você,
o que sinto agora,
sei que já passa da hora
mas, não há tempo a perder...


meu bem, não sei se faz sentido,
sentir o que eu sinto,
só, sei que você faz parte disso:
amor inocente.


por favor, só me ouça um pouco,
não estou carente...
sei que parece tudo de repente,
quase que loucura... um louco consciente.


tenho que dizer pra você,
que há coisas que ficam pra sempre
e que o coração é o que mais sente,
mesmo que a razão precisa explicar.


meu bem, há coisas sem explicação,
mesmo que haja solidão, estou junto de você.
faz parte da natureza humana,
tentarmos resolver os problemas.


por favor, talvez a minha emoção
não permita mostrar conceitos,
se pra explicar existe causa e efeito
agora, eu não sei...

quinta-feira, 20 de junho de 2019

É quando a noite nasce nas horas incertas...

Posso pedir ao meu pensamento
Amor, ódio, arrependimento
Por fora, me vejo sem medo
Por dentro, me sinto em segredo
É coração que não se revela
É paixão que a solidão atropela
Conheço-me tão pouco
Sou mais objeto do que louco
E, às vezes, me deparo com uma fera
Outras vezes, me entrego à espera
Como um brinquedo qualquer do tempo
Como um passatempo qualquer

quarta-feira, 19 de junho de 2019

"meu primeiro livro de PHOTOS"

Tens no olhar
Uma cidade,
Têm nuances
E detalhes.

Vês na fotografia
As formas da bela arte,
Tão livre como é na fantasia...
Viver assim é de grande intensidade.

Tua luz é luz escrita,
Que faz anatomia por entre entalhes.
É passeio pela vida,
Esculpindo com a alma e a coragem.

E livre, pra sempre, livre segue
Pois, teu olhar adora a imagem.
É poesia que se fixa...
Ah! Como é linda a paisagem.

Eis que, repentinamente,
Teu olhar de nítida cor,
Sonha crescente uma lembrança,
De tão poética à infância: jasmim-manga-flor.


(sobre postagem de Nádia Raupp Meucci - breve o seu primeiro livro de fotografia)

sábado, 15 de junho de 2019

DISTÂNCIA E AMOR

Das saudades que mais tenho,
O coração é o que mais lembra
Dos dias em que você não venho,
Talvez pela distância que assombra.


É como todo amor que não se completa
E se cria uma ferida que não se fecha.
Tristemente nem toda rua é em linha reta,
Nem todo anjo cupido acerta a flecha


Por isso é que, às vezes, me prendo
E a minha alma sofre com esse tormento,
Lembrando de um tempo que vem e vai me vendo.


Pouco, sei da felicidade que no meu peito se parte.
Solidão que invade nesse presente sentimento,
É como se fosse o último suspiro antes do infarte.


sexta-feira, 14 de junho de 2019

Quem Me Esqueceu Não Me Esquece Mais

sei que de tudo
nada se escreve
é o tempo que tenho
e se torna breve
esse é o mundo
que obtenho
com fome e greve
que não me leve ao luto
nem que me sirva serve
nem amor profundo
tão pesado como leve
seja anjo ou adubo
quem planta colhe e cresce
e tão doce é o fruto
presente pra quem merece
passado ou futuro
ou mais uma prece
ao meu cenho
que no espelho reflete
como se fosse desenho
no escuro esclarece
segredos imundos
o que sobe desce
como verso que verte
na alma do vagabundo
O PURISMO SUJO DA LÍNGUA
QUE LAMBE O LIVRE VERSO
QUE LHE PRENDE NA ALMA
O CORPO E O CORAÇÃO


Quem em sã consciência
Quer saber dos vícios do poeta
Pois, se o seu vício
É o que o alimenta


...ah, maluco poeta
Que da sensibilidade
O seu espírito
Se manifesta


Quem em sã consciência
O espiará pela fresta
Pois, corre o risco
De ver o que não presta


...ah, lúcido poeta
Que revela seus traços
Psicológicos
Psicopatas
Psicodélicos


Quem em sã consciência
Dirá muito em poucas palavras
Sobre o emaranhado de pensamentos
Que reflete na clareza simples do poeta


...ah, indefinível interior
Desse mundo romântico
Em prosa, em verso
Desse realista poeta

quarta-feira, 12 de junho de 2019

D'um lusque-fusque
tão próximo do horizonte,
até d'um jeito estonteante, 
cai do céu o que colore o instante,
dos amores aos amantes...
é como se fosse nascente
no poente,
que toma uma cor gradiente,
até d'um jeito demente.
o lusco-fusco vem crescente
entre nuvens descabeladas,
com suas linguetas apaixonadas,
tingem as paredes dos prédios.
revelando segredos nas silhuetas,
quase que num assédio,
o dia encontra à noite
o beijo escuro iluminante.

(sobre foto de Leandro Selister - em 12/06/2019)

terça-feira, 11 de junho de 2019

O NÃO LUGAR

Não vou me perder em fantasias
Mas, nem quero um só caminho.
Não posso imaginar que só há realidade.
Ainda acredito na utopia...
Será mais um sonho ou menos verdade (?)


Eu sei que se deve viver o agora...
E, ficar esperando um lugar num futuro qualquer,
Pode perder-se no tempo.
É um tempo perdido construindo modelos,
Que não existem no presente momento.


O que de fato importa?
Viver de lembranças
Ou de uma falsa esperança.


O que há no coração,
Pouca certeza ou muita dúvida?
E quem sabe, só há razão.


Desta vez...
Só desta vez
Eu sei,
Que sentir saudade
É como se sente saudade do que se ama.


Desta vez,
Somente, eu sei
Que o mundo visto de tão distante,
É que deu certo
Mas, que de perto é tão incerto...


Por um segundo
Viver
Parece mais que um minuto


E por um minuto
Morrer
Parece mais que um segundo

segunda-feira, 10 de junho de 2019

uma parte de mim...

tenho medo
que medo tenho
por ser louco
que louco me venho
pelo tempo
o tempo que retenho
na mente
em meu corpo
como se fosse sopro
anseio
ou somente
devaneio
tão lúcido como um soco
na boca do estômago
então me olho no espelho
e vejo no meu cenho
a dor que mantenho
por temer a mim mesmo


por ter medo de acreditar nos outros
que eu roubo os meus sonhos
e os guardo na caixa dos segredos
e me esqueço pois já não sou mais novo
apenas um velho lobo uivando pelas paredes
paredes que ecoam o meu silêncio
o silêncio que ninguém vê
é como o vento irrompendo
invisivelmente
a alma de um ser
vivente

domingo, 9 de junho de 2019

Emoções

tanto bela,
como indefinida,
são elas,
que navegam
na vida
de um poeta...
assim, como a poesia é,
cheia de mistérios
e de ideias,
sonhos e chegadas,
ilusões e partidas.

sábado, 8 de junho de 2019

Périplo

num lugar
desconhecido
é que te encontro
e como se fosse
amor proibido
se esconde


navego
pelas margens
do teu corpo
teu corpo
que contemplo
a cada reencontro


já não me perco
pois já conheço
porto por porto
e até mesmo
o mais profundo
segredo


teu jeito
perfeito
como todo amor
e as suas imperfeições
é amor verdadeiro
que navega em nossos corações


às vezes
me deixo
levar
por distâncias longas
pra no teu mar encontrar
a leveza d'alma


e se nesse viajar
há procela
volto pras tuas costas

das curvas tão belas
pro meu coração
em teu país ancorar


capitão que sou
sigo as estrelas
plenilúnio
ou lua cheia
pois meu barco à vela
é poema em alto mar


num lugar desconhecido
todo risco vale apena
vale apena pra te conquistar
pois quem ama não espera
um outro dia chegar
um outro dia pra te navegar

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Deixa Estar


A pouco me lembro
De um tempo
Mas logo vem
O presente momento
Arrastando a minha mente
Como se fosse vento
Sem direção
Apagando tudo
Mesmo o beijo
Mais ardente
E os sonhos
Ainda mais profundos


O presente momento
Rouba da minha memória
Aquele instante
Do meu mundo
Que ainda permanece
Como estrela cadente
Fixada no tempo
Esse presente momento
Que insiste em me levar pra frente
Tão de repente
Que me deixa
Cego, surdo e mudo