EXISTEM OUTROS CAMINHOS

Prefiro manter a minha estupidez humana...
Não sou conservador, nem liberal demais.
Ando tanto por caminhos tortos, como lineares...
Não me importo com o discurso,
Sou desses vagantes
Nem fanático, nem equilibrado...
Sou louco por inteiro e
Verdadeiro pela metade.
Não lanço luz sobre o principal,
Quando a realidade é o vídeo mais artificial da vida.

Prefiro manter a minha estupidez humana...
Não sou observador da mente insana.
Não consigo sintetizar a vida cotidiana.
Há tantas teorias pra simplificar
Essa modernidade...
O padrão é uma perfeita imperfeição,
Vazio de si mesmo.
Ainda prefiro as vadias e velhacas ideias,
Aquelas que se podiam comparar com as boas e novas.
Mas, não sou analista, nem suporte de sistemas midiáticos.

É por isso que prefiro seguir outros caminhos
Ou do contrário manter a minha estupidez humana.

ENTRE OPINIÕES DIVERSAS
OU VÁRIAS POSSIBILIDADES
DE AÇÃO...

O que me faz pensar?
O caminho...

É o que ele quer mostrar
Por isso a porta está aberta

Nada me prende
Nesse caminhar...

Mas é tão difícil se desprender
Da dúvida...
Da encruzilhada

Se os poetas fossem vazios
Os poemas estariam cheios do nada

Se os loucos fossem realistas
As mentes estariam sem as fantasias

Tardia
É a estrada
Que não se consegue seguir...

Qualquer partida
Precisa de uma chegada

O que me faz pensar?
O coração...

Enquanto as batidas
Permanecerem

Enquanto a mente
For resistente

Eu estarei com a clareza da estupidez

Humano que sou...
Frágil
Forte
São
Insano

EIS-ME AQUI DIANTE DE MIM MESMO: NU

Na minha vida
Cada sorriso raro
Cada beijo profundo
Cada palavra sossegada
Cada carinho sem desperdício

Tudo foi constituindo
O meu caminho
Transformando meu jeito
Me levando ao acaso
Entre os prazeres do caos
E os desejos do paraíso

E assim fui sentindo
Cada porrada
Cada abraço
Cada verso
Cada carta marcada

Nada foi de graça
Nem o abismo
Nem a solidão
Nada, nada foi em vão
Ou foi por merecimento
Ou foi pela pureza da paixão

Na minha vida
O amor foi sempre algo pra depois
As guerras sempre presentes
O ódio às vezes como as pétalas da flor
A minha mente outras vezes agindo como se fosse o coração

O HOMEM DO LEME

Um dia eu vou embora
Assim como qualquer forasteiro
Sem deixar rastros lá fora
Sem me deixar por inteiro

Um dia desses eu desapareço
Como o tempo que passa
Como todo destino tem seu preço
É esse o sopro que me devassa

É como na vida que me abriga
É como o amor verdadeiro
Um sentimento maior que não desliga
É o meu levar que leva o timoneiro

Um dia eu vou partir
Mas feliz de qualquer forma
Pois nesse mundo o que me transforma
Me conforta diante de um breve sorrir

Em Órbita


A solidão
É a plenitude
Pra quem quer...
...em qualquer lugar
Sempre estar

---------------------------

Não é ir embora 
Nem tampouco despedir-se
É um desafio
Pra contemplar 
O interior

-------------------------------------

E, assim, pra se sentir
Livre... tão livre...
Em queda livre
É livrar-se do tudo
E do nada

------------------------------

É a companhia...
Uma coragem pra enfrentar
Uma poesia
É querer só estar
Com Deus, com a vida

-------------------------------------

É a convivência
Com a terra
O fogo
A água
E o ar

teu silêncio
vem da solitude
e é quase um analgésico 
pra tua inquietude
entre tuas quimeras
e o intelecto
do teu coração

Olá Amigos!

Diga a ela
Que a solidão
Que sinto
Vem da solitude
E está tudo bem!

Eu estou tão contente
Que chego apressadamente
Até mastigando mal
E engolindo às pressas
Meus desejos, minhas ambições

Voluntário que sou
Ingiro a maior quantidade possível
Como qualquer indivíduo
Que busca estar em paz
Consigo mesmo

Diga a ela
Que a solidão
É um abrigo
No abraço da multidão
E p'ros amigos, 'tou sempre aqui...

Desequilibrado por paixão

Eu sempre vi
As coisas mais idiotas
Aquelas que carecem
Das inteligências...
,,,daquelas inteligências
Que abrem quaisquer portas

Estupidamente
Tolo
Fiquei...

E permaneço até hoje
O mentecapto
Por acreditar no inacreditável...

Eu sempre vi
A humanidade
Mentalmente desordenada
E conquistando
Espaço
Céus e Lua

Mas toda essa loucura
Muitas vezes com um certo juízo
Perdia-se na falta de uso da razão

Alienadamente
Louco
Eu sempre serei

SINTO-ME NUMA
PROFUNDA SENSAÇÃO
DE ESTAR LIVRE
____________________
____________________

A solidão
É, portanto, algo...
...algo que sempre fui
sempre sozinha.
_________________
_________________

Ela não me maltrata
Nem tampouco
Me deixa a chorar
Num canto
Num banco
Numa noite de luar...
_________________
_________________

Às vezes, ela
Me faz pensar
Mas, logo me acaricia
Com a sua mão
Prazerosa, ela me acalma
Como se me dissesse
Que,
Outras vezes só
Do que mal acompanhada...
_______________________
_______________________

ah! que delícia
Não ter que justificar
Não ter que dizer adeus
Não ter que lágrimas derramar
Por desespero
Por medo
Por ter que amar
E depois desamar...
________________________
________________________

ah... não sou solitária
Nem ando devagar
Até tenho muita pressa
Em ao teu lado estar
__________________
__________________

ah... sou uma pessoa de sorte
Pois, não sou companheira da morte
Nem da velhice que me espera...
...aquela velhice que se preocupa em só estar
_____________________________________
_____________________________________

ah... sou daquelas que enquanto existir a estrada
Vou com ela pra qualquer lugar
Sem me preocupar
Deixando assim o tempo passar

------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------

(sobre uma postagem de Nádia R M "eu sempre fui sozinha...)

Não sei
de além do mais...
O que sei, é
que antes de morrer
Como vale apena viver!

...

NUM FAZ DE CONTA

Nos delírios
Nítidos
Ouço a tua voz
Em ritmo
Manso

Estranho
Como todo sonho
Invisível
E tão longe do outro
Ainda mais desconhecido

Às vezes
Busco um sentido
Mas que sentido faz
Acreditar
No que só eu sinto

Outras vezes
Quero te encontrar
?Mas como se encontra
Nos sonhos perdidos
No meio de tudo que anda sumido

A cada dia
Esse mundo
Me consome
E a cada instante
Vou me consumindo

Meus olhos fechados
Veem um outro mundo
Que mostra-se revelador
Nas esquinas e memórias
Entre tantos amores

NUM ÊXTASE NOSTÁLGICO

Um dia irei retornar
Ao berço
No extremo barulho
Do meu silêncio

Um dia desses
O meu olhar
Me encontrará
No lugar que mais me perco

Um dia
Eu sonho
Outra noite
Eu penso

Espelho
Espelho meu
São os meus desejos
Nesse nevoeiro

Sinto saudades
Mas às vezes ela volta
E outras vezes ela parte
Sou alvo do momento

Sinto-me nostálgico
De uma outra parte
E todo por inteiro
Sou alvo do somente

Sou de vários acasos
Sou de corpo e alma
Sou de acontecimentos
vividos no passado

Algum cheiro
Alguma música
Alguns momentos
Vários casos

Sem Pontos Nem Vírgulas
Feliz Aniversário

Ela sabe que a idade
Não a envelhece
Pois ela pensa
Como os sonhos da infância

Ela sabe que a estrada é longa
E que muitas vezes é mais que eterna
Pois ela vive cada dia
Como se fosse um dia de cada vez

Ela sabe que os anos
Que chegam são realidades
Como aquelas desenhadas
Nas palavras d'uma poesia

Feliz Aniversário
Sem Pontos Nem Vírgulas
Como o tempo que só ela tem
Tão livre do tempo das idades

(aniversário de Silvia Bustamante / 2017)

(te)Desejo a Você

Diga-me
O que te completa (?)
Diga-me...
...mais um dia
Mais um ano
Que não há rotina,
Como aquela enfadonha.
Que há mudança
Como aquela que te completa

Diga-me
Que a vida ainda é bela
Que toda amizade é sincera
Que todo abraço é apertado
Que todo o sorriso é abrigo

Feliz Aniversário!
É mais um ciclo
Que a luz está em teu espirito.

Feliz Aniversário!
E que todos os parabéns
Te cubram de amor e paz.

Então,
Me diga, assim...
Nádia Raupp Meucci
Que tudo vale apena
Pra quem acredita
Que vale apena ser feliz!

Parabéns pra ti!

O que você pensa que é ?

Num céu
Penso...
E, como, penso
Que sou um sonho
Sonhado
Que ressoa num êxtase
Nem certo
Nem confesso
Apenas o infinito das alturas
Que me deslumbra
Que me compreende
Em queda livre
Até o fundo d'alma

O que você pensa que é?
?Paixão
Assombro?
?solidão?

Lua
Criatura
Flor

O que você pensa que é?
Sinfonia ou revolução

Num véu
O meu olhar por detrás
Não macula
A cor
O corpo
A ausência de perfeição
Defeito ou não
Sou réu ator
Autor de delitos
Confessos...
O que há dentro de mim (?)
O que há, além da falta de juízo
Que me habita...

O que você pensa que é?
O que eu sempre pensei...
Sou o mundo
Que grita em seu ouvido...

Amor
Alma humana
Insana

O que você pensa que é?
A forma da alegria ou da estranha agonia

Ela é a Obra Criada pela Imaginação

Ela anda por aí
Cheia de fantasias
Como se fosse 
Acreditar em nuvens de algodão

Mas, ela é sempre assim
Desvairada
Toda cheia de razão
Como qualquer paixão

Ela anda por aí
Esvaziando as mentes
Que estão queimando neurônios
Que estão morrendo aos poucos

Mas, ela sabe que tudo é assim
E que nada é pra sempre
Como o amor por métodos
Como a solidão por metros

Ela anda por aí
Espalhando sonhos diversos
Como se fosse anjo cupido
Rasgando desejos etéreos

Mas, ela não erra
Acerta as flechas nos corações incertos
Acreditando que todas as ilusões
Também andam, assim como ela, por perto

... no que não pensar... às vezes, é o mais eficiente. Na vida há situações em que o silêncio (o não pensar) é a melhor diversão.Hoje, estou inexprimível...

O CRÂNIO

meus ossos da face
descamados
como em qualquer ser humano...
apenas, um conjunto de ossos
às vezes, um vertebrado morto
outras vezes, tão vivo-corpo

esqueleto
que me transforma
que me renova
além do símbolo da morte
...o início de um novo ciclo

todos somos iguais
corpos
almas
ossos
espíritos

todos andamos para o final
à procura de um único caminho
calvário
sacrifício
Gólgota
(?) Jesus Cristo

no cimo do meu esqueleto
habita o crânio
e todo o conhecimento
meu receptáculo das transmutações

ódio em amor
tristeza em felicidade
pedra em ouro
púrpura em celeste cor
sonho em realidade
elemento químico em outro

somos desse mundo
somos dessa parte
somos imundos
somos disfarces

anjos benditos
proibidos
anjos caídos
livres arbítrios

humanos que somos
nada mais que pele e osso

antropofágicos que somos
Abaporu
carne e mente
homem que come gente
como se fosse o Rei Urubu
com fome e sede

é essa fome
é essa sede
que pode matar
qualquer lúcido
qualquer louco

no final
todos iremos
de um lugar para o outro
iguais ou diferentes

DIRÁS QUE SOU FALSO

Eu que finjo
E finjo...
Fingimento que me faz bem
Finjo sempre em estar...
E, eu, estou forte
Forte para o discurso
O porquê de tudo isso (?)
É porque me conheço
Às vezes sou vil
Como qualquer alma humana
Como qualquer forma insana
Como qualquer coisa estranha

Eu...
Boca
Olhos
Cabelos
Corpo
Alma
Verso

Eu que finjo
Ser a presa
Da própria natureza
A mistura de universos
A frescura no inverso
A loucura em fragmentos
O amor das ilusões

A casa do blues
é a minha estrada...

boihaemum.

sou desse tempo...
despreocupadamente
...andava pelas ruas
às vezes, tinha sinônimo:
vida desregrada e,
outras vezes, cigano.
mas, tudo era tão natural
como se fosse uma vida de nômade
a procura de festas...
longe de nomear as coisas
e a natureza humana
pois, eu era alegre e livre.

A VOZ ALADA QUE CORTA O ESPAÇO

O olhar que sonha
Na forma solitária
De uma noite escura
Que se transforma
Em noite enluarada
Aquela que sussurra
A sutil mistura

Em tua alvura
Em teu carinho
Em teu corpo
Em tua alma
Em meu verso

Doce é o universo
Como se fosse o ninho eterno
Imerso no calor do amor

(imagem da Pintura de Salvador Dalí)

irreversível 
assim é... e é por definitivo
a mais hibernal sentença 
trata-se do final de um organismo vivo 

(A Morte)

A Companhia

sou desses... viajantes
que vagam em lugares
distantes... em lugar nenhum 
tão próximo da realidade de hoje
e dos meus sonhos de antes...

SEXO PROPRIAMENTE DITO

Que tudo seja dito...
Mas, nada tão implícito (?)
Ou que entre quatro paredes
Não haja mais limites...
Aqui é o infinito
Teu corpo em minha mente
Tua alma e eu demente...
Tudo se transforma
Línguas, peles, pelos, dentes...
Poses, posições de lado,
De quatro e de frente...
Nada tão indecente
Palavras, palavrões
E versos incandescentes...
Foda-se as paixões
E as intuições de um amor...
Amor pra sempre
Não combina com o pervertido
Coração colorido
Nem tampuco
Com o sexo propriamente dito.

obs: refeita

Divinéia
(versão)
 

sopram ventos
removendo
em movimentos
lentos
as nuvens
do tempo...

véus negros
como se fossem
suaves lenços

...é quando eu sinto
as sombras pairarem
sobre o meu corpo sólido

estranha é a sensação
que debruça-se
sorrateiramente
como se fosse teu beijo
como se fosse sem medo
como se fosse teu silêncio...

sopram inventos
na minha mente insana
inventando uma esperança

véus negros
...quase alma humana
como se fossem suaves lenços

Divinéia
Não é Pandora
É Panaceia para os males
Dos amores verdadeiros
Que navegam além dos mares
Nos corações dos bárbaros guerreiros

Divinéia
Não é Panaceia
É Quimera
Com cabeça de leão
Corpo de cabra
E cauda de dragão

CRIATURAS EM MIM PRESENTE

entre lagartos e serpentes
percorrem meus poderes mágicos
minhas vontades loucas
meus desejos indecentes

meu hálito de fogo
congela qualquer mente
com tanta sabedoria e força
sobrevoo fósseis desses deuses

sou simplesmente feras destruidoras
e outras vezes, quimeras diferentes
que permanecem em segredos
como se fossem meus antídotos e venenos

assim sinto os Imperadores Chineses 
a lança de São Jorge
o sangue que da minha alma verte
e protegem meus tesouros virgens

N.A.D.I.A.

Tudo... sim, és tu
E muito.
Alguém que não é difícil,
nem impossível...
Ao alcance
Assim, simples de coração.

N.oites
A.lucinadas
D.oce
I.maginação:
A.mar

(nádia raupp meucci)

OU
SOMOS
ISSO
OU 
SOMOS
AQUILO

SÓ 
SEI 
QUE
ESTAMOS
PRECISANDO
DISSO

um breve elogio à liberdade de expressão

a arte não convive no regime da censura
por isso é que me depravo e custo
nesse insignificante significado
de ser você o repressor dos meus efeitos e atos
enquanto você me censura, eu lhe provoco com a minha lucidez
pois, eu não me privo da liberdade, 

vomito a minha loucura no prato dessa ditadura,

tão cheia de estupidez...

o meu próprio panegírico é que me faz ver e
cada vez mais, que a arte vale apena viver
não sigo igrejas nem seus dogmas
nem represento o público em geral
não me condeno por ser este instrumento
sem acordos diretos e indiretos
com o que me faz bem
com o que me faz mal
não vivo de ditaduras
nem de quaisquer escravaturas
sou da fé dos bons de alma
sou anjo endiabrado
sou qualquer significado
ou da livre informação

a censura que vem e me reprime
perde-se no seu próprio regime
poucos dias depois
pois, quanto mais reprimido sou
e ou estou, transformo esse ruído
em fluídos de pura informação,
que me leva e me eleva ao sublime conhecimento
e o conhecimento é o meu poder
então, nem tente me impedir
meus conteúdos próprios
ou impróprios pra quem não os vê...
...nem de mente, nem de coração
nem de olhos abertos, nem de reflexão

(sobre a interrupção da exposição no Santander Cultural)

O REI SOL

tua pele dourada
magnetiza meu olhar
sublime que és
adorna-me com essa cor o coração
é dessa energia que me equilibra a mente
e ilumina com luz a minha razão

és tu Divindade
que se ergues
nas alturas celeste
como um deus mitológico
de cabelos louros
e rosto resplandecente

és tu
Hélio
da alquimia
a rosa dourada
do zodíaco
o signo de leão

és tu
minha flor de girassol
que percorre os céus
do nascente ao poente
numa carruagem
puxada por quatro cavalos

cai

me perdi
do encanto
e mergulhei
num triste olhar

a harmonia
que em minha alma
ainda existia 
partiu com a desordem
solitária da minha vida

me fiz
preguiça
caindo dia a dia
a cada queda livre
uma altura insana

a lágrima
que em mim
sorria
agora é só agonia

RIR É O MELHOR REMÉDIO
QUE POSSO OFERECER

O rio
Que passa
Por dentro
De mim
Me faz
Sentir
Alegremente
Assim...
...rindo de mim
do nada
de tudo
da idade
do espelho
da conversa
do azul
do vermelho
desse dia inteiro
céu de brigadeiro
desse amor
cor de fogo
desse meu jeito louco
dos meus erros

sorriso
riso
verdadeiro
como se fosse beijo
o primeiro
...em mil abraços

rir
sem medo
sem vergonha
como o puro poema
tão sujo e indecente
mas por inteiro

rir sem me impedir
de ser feliz
de ser assim...
faça chuva ou faça sol
noite de lua cheia
sempre um alto astral

NUM MAR DE ROSAS  

A onda encapelada 
Debruça-se sobre a areia, 
Apagando as pegadas 
De uma efêmera sereia. 
Ela anda, imaginando, pelas margens.

Ela anda gravando suas memórias... 
Não são apenas imagens 
Que contam pequenas histórias, 
São quimeras reais 
Entre o caos e as tantas glórias. 

?dor de cotovelo
ah, faz de conta
que, logo, tudo passa...
não é nenhuma camisa de força,
nem bicho de sete cabeças.
seja, mais cara de pau
e não Maria vai com as outras.
sinta-se em lua de mel
e viva o dia a dia,
como se fosse cada fim de semana
o mais feliz da vida
pois, só não se cura as feridas
quem não as deixa cicatrizar.

Sol - pôr

o meu
dia a dia
anda 
em lua de mel
com o pôr do sol.

eu vejo
essa maravilha... sol posto
se banhando nas águas
prateadas,
que se tornam douradas,
do Lago Rio Guaíba

o meu poente
é um verso de poesia
que cai crescente
em minha mente,
causando a sinestesia.

eu sinto o ocaso
como ponto e vírgula,
café com leite,
mais-que-perfeito,
se encontrando
em sublime harmonia.

o meu
momento do dia:
crepúsculo
quase cor-de-rosa,
quase cor de vinho.

eu quero essa cortesia,
meu ágape vespertino,
até os fins de tardes
da minha vida,
como um cão de guarda
na sala de jantar...

QUANDO A NOITE CAI


O caís
É um Porto...
Seco
Molhado
Aberto
Fechado
Das eternas
Paixões
Dos corações
Solitários
Dos amores
Passageiros
Do Porto dos Casais
Verdadeiros
Onde os bárbaros guerreiros
Desembarcaram
E construíram seus reinos

O caís
É central
Da loucura mental
Dos Poetas
Dos Livreiros
Dos Filhos de Portugal
Entre novos e velhos estrangeiros
Que ergueram seus monumentos
À beira do Lago Rio Guaíba
Com seus enormes navios cargueiros
...
E
É por ali
Que a vida se abriga
Ao sol-pôr
Que aflora o amor
Sob o nascer das estrelas infinitas

É por ali
Que o caminho é encantado
Das árvores floridas
Da Alfândega Praça
Das chegadas e das partidas
Da graça cheia de felicidade
Do Alegre Porto... cidade
De Quintana "O Mapa"

Por Que Sou Falso...

?
A vida
É um horror
Nem céu
Nem lágrimas
Nem amor
...nada mais me comove

Dentro de mim
Há um assombro
E cheio de criaturas
Tão gênios fortes
Tão nuas
Tão personalidades fortes
Tão cruas

A morte
Tem seu êxito
Nos dias atuais
Nem flores
Nem paixões eternas
...tudo parece que anda pra trás

Dentro de mim
Há um fingimento
...um eu falso
Que não suporta
O manto da disfarçatez
Que habita nas almas
Dessa humanidade bendita

Por que sou falso?
Por acreditar que...
...o que me deslumbra
E me faz sentir forte para a luta
Está num outro mundo
Tenro e eterno
E que não se chama o vale dos suicidas

Por que sou falso?
Por acreditar que,
Viver é bem mais que querer
É bem mais que um outro alguém
Decidir por você...
E se há amor nestes vales, ilhas e mares
Então, humanidade confesse todos os seus crimes

Até mais...

Sabes
Aquela hora
Em que tudo parte
Coração
Alma
Pensamento
Razão

Tu sabes?
A dor
É mais que
Um disparate
Arde e sufoca
É um muro por dentro
É uma grade por fora

Tu sabes...
São só lamentos
Solidão
Uma vontade de...
...se jogar do parapeito
Parece o fim
Mas é só o começo

Sabes
Quem vai
E quem fica
A partida é uma saída
Uma morte e outra vida
E
Até mais... até mais...

(quando você partir eu nem sei o que vou sentir)

reação química

imaginei-me
num processo
de figuras
e paixões
mas, o que senti
e confesso
não era nada
além de breves
razões

quando
eu
estiver tão só
em etéreas ilusões
e próximo das estrelas
pensarei em tudo
mesmo sem ter o que dizer
te direi com palavras
silenciosas

sinto-me
rápido demais

ENSAIO DE UM PRÉ-CASAMENTO
(ou a captura do instante
que enamora com a etérea luz)

A minha fotografia
Escreve como a história
Em memória das arquiteturas
Ou das canduras das manhãs

A minha fotografia
É luz em noites impuras
Onde anda as figuras
Das loucuras vãs

A minha fotografia
É quase uma pintura
E que se mistura
Com a arte de rua

A minha pintura
Pinta e borda
Colore as janelas
Em cores amarelas
E vermelhas portas

A minha pintura
É desenho em contos
Em traços leves e firmes
Como a gravura que resiste
Obra-Prima de mil encantos

A minha pintura
Aspira à perfeição
De tamanha beleza e elegância
Das reais imagens da infância
Das imagens da imaginação

A Pintura
A fotografia
O casamento
A arte é a mais breve loucura?
?Ou será um eterno experimento

A imagem que se fixa
Num pra sempre enquadramento
Como a tinta que eterniza
O mais sublime momento
Que todo sentimento acaricia

Meu querido diário...

não é bem assim
o meu mundo
é só meu
e de mais ninguém
...se eu permitir,
eu deixo...
entrar aqui
em mim
mas, não tente invadir
achar que pode
pois, vai se ferir
pense o que quiser
me chame de otário
mas, não pense
que irá mandar...
sou livre,

A Escalada da Gota

cai como invisível
das alturas
permanece atônita
espargindo-se
como constelação
de aquários
e aos poucos
outras tantas vão brotando...
...umas próximas das outras
em brilhantes multidões
formando diferentes figuras
em notáveis formas especiais
e demais delicadas
à espera dos delíquios
das paixões etéreas

caem as gotas
do alto da esfera
criando criaturas imaginárias
tais como são vistas da terra
tão nitidamente
caem sobre nós

Duração Relativa das Coisas O tempo não esconde A flor envelhece A memória também Ele é cruel Eu sei É o que te faz refém Das lembranças Dos anos Do que não se fez Amores perdidos E dias de solidão O rosto não se esconde Diante do espelho As linhas do tempo Definem os momentos E o que passou Passou Não volta mais Às vezes é o que te retém Meu bem Sonhos acordados E noites mal dormidas (sbs)

Sandro

Provar por A mais B Quase que num desatino Feliz Ano Novo Aos Poetas e Loucos Pois são os únicos Que acreditam Que estão em sã consciência (sbs)

VERSOS REPETIDOS

Sandro

Massacre Coletivo Das entranhas da terra, tripas e intestinos de vivos corpos enterrados, alimentaram animais famintos... vermes microrganismos extraterrestres que nasceram dos ventres livres, livres Poucos eram os suicidas, que por amor morreram. eram animais ou pessoas? houve carnificina, houve versos sem despedidas... marchas fúnebres flores e negras cores amores entranháveis do ponto mais profundo adeus, adeus (sbs)

Sandro

?Será que adianta ser diferente? (...se tudo se repete igualmente) Não quero me refugiar Em mais um ano Pra ficar pensando depois Que tudo não passou de um grande engano Não tem mistério Só a vida que é curta pra acreditarmos Que um dia tudo isso muda Não quero ficar mudo Nem pensar que sou diferente Apenas sou realista Igualmente o ano que passou E sei que não adianta mais querer mudar Há esperança sempre Assim como nos versos de um poema (sbs)

Sandro

Bem-estar A felicidade está ali, É só olhar plenamente Como se olha pra sorte. Acontece de repente... É um contentamento Que transforma a inquietude Ou qualquer sofrimento, Num estado consciente De amor e paz... (sbs)

Sandro

Das Coisas Vã Hoje O meu coração Anda bobo, Acelera Por qualquer coisa vã... Mais para o lado pueril. (sbs)

Sandro

Divinéia sopram ventos removendo em movimentos lentos as nuvens do tempo... véus negros como se fossem suaves lenços ...é quando eu sinto as sombras pairarem sobre o meu corpo sólido estranha é a sensação que debruça-se sorrateiramente como se fosse teu beijo como se fosse sem medo como se fosse teu silêncio... sopram inventos na minha mente insana inventando uma esperança ...quase alma humana sobre o meu corpo sólido véus negros suaves lenços Divinéia Não é Pandora É Panaceia para os males Dos amores verdadeiros Que navegam além dos mares Nos corações dos bárbaros guerreiros Divinéia Não é Panaceia É Quimera Com cabeça de leão Corpo de cabra E cauda de dragão (sbs)

Melancolicamente
(de coração)

O que ficou de mim
É apenas mais uma despedida
Pois, sou feito de saudades
Entre as chegadas e as partidas

O que ficou de mim
É um caminho com dois destinos
No ir e vir
Um jeito estranho de seguir
E seguir sozinho

O que ficou de mim
Ficou com carinho
Sem lágrimas fingidas
Um sorriso de luz de todas as estrelas

O que ficou de mim
Uma profunda felicidade
Uma profundidade no olhar
A mais e mais
Corpo e alma de amor e paz

ALÉM DO MAIS HÁ O NADA DEMAIS...

Ninguém vai me entender agora,
só daqui há algum tempo...
Por mais que se tende explicar,
cada um tem um olhar...
... um olhar sobre as coisas.
Pode até ser que, alguém possa perceber
além do mais...
Mas, mesmo assim, vou insistir
em não olhar pra trás.
Vou trazer tudo dentro de mim,
antes que tudo acabe.
Vou contar o que a minha imaginação
pode imaginar...
... e por mais que eu queira dizer algo,
esse algo pode até não ser nada demais.

UM AMANTE DA SOLIDÃO

cubra-me
com teu corpo

envolva-me
com tua boca

usa-me
e me deixa louca

abusa-me
suavemente com força

faça-me
parte de ti

mas
só
não
fuja

nem
finja

mesmo que vá embora
não disfarça
meu bem

mesmo que não haja
o amanhã...
talvez

diga-me
que valeu apena
só mais uma vez

ama-me
como nunca se amou
alguém

viva-me
como eu vivo pra ti
também

vista-me
nesse instante
e siga o teu caminho

se foi
com prazer
tão próximo do ninho

se foi
pra não esquecer
tão distante, mas com carinho

(título por Rosemary Guimarães Barcellos Morais)