irreversível 
assim é... e é por definitivo
a mais hibernal sentença 
trata-se do final de um organismo vivo 

(A Morte)

A Companhia

sou desses... viajantes
que vagam em lugares
distantes... em lugar nenhum 
tão próximo da realidade de hoje
e dos meus sonhos de antes...

SEXO PROPRIAMENTE DITO

Que tudo seja dito...
Mas, nada tão implícito (?)
Ou que entre quatro paredes
Não haja mais limites...
Aqui é o infinito
Teu corpo em minha mente
Tua alma e eu demente...
Tudo se transforma
Línguas, peles, pelos, dentes...
Poses, posições de lado,
De quatro e de frente...
Nada tão indecente
Palavras, palavrões
E versos incandescentes...
Foda-se as paixões
E as intuições de um amor...
Amor pra sempre
Não combina com o pervertido
Coração colorido
Nem tampuco
Com o sexo propriamente dito.

obs: refeita

Divinéia
(versão)
 

sopram ventos
removendo
em movimentos
lentos
as nuvens
do tempo...

véus negros
como se fossem
suaves lenços

...é quando eu sinto
as sombras pairarem
sobre o meu corpo sólido

estranha é a sensação
que debruça-se
sorrateiramente
como se fosse teu beijo
como se fosse sem medo
como se fosse teu silêncio...

sopram inventos
na minha mente insana
inventando uma esperança

véus negros
...quase alma humana
como se fossem suaves lenços

Divinéia
Não é Pandora
É Panaceia para os males
Dos amores verdadeiros
Que navegam além dos mares
Nos corações dos bárbaros guerreiros

Divinéia
Não é Panaceia
É Quimera
Com cabeça de leão
Corpo de cabra
E cauda de dragão

CRIATURAS EM MIM PRESENTE

entre lagartos e serpentes
percorrem meus poderes mágicos
minhas vontades loucas
meus desejos indecentes

meu hálito de fogo
congela qualquer mente
com tanta sabedoria e força
sobrevoo fósseis desses deuses

sou simplesmente feras destruidoras
e outras vezes, quimeras diferentes
que permanecem em segredos
como se fossem meus antídotos e venenos

assim sinto os Imperadores Chineses 
a lança de São Jorge
o sangue que da minha alma verte
e protegem meus tesouros virgens

N.A.D.I.A.

Tudo... sim, és tu
E muito.
Alguém que não é difícil,
nem impossível...
Ao alcance
Assim, simples de coração.

N.oites
A.lucinadas
D.oce
I.maginação:
A.mar

(nádia raupp meucci)

OU
SOMOS
ISSO
OU 
SOMOS
AQUILO

SÓ 
SEI 
QUE
ESTAMOS
PRECISANDO
DISSO

um breve elogio à liberdade de expressão

a arte não convive no regime da censura
por isso é que me depravo e custo
nesse insignificante significado
de ser você o repressor dos meus efeitos e atos
enquanto você me censura, eu lhe provoco com a minha lucidez
pois, eu não me privo da liberdade, 

vomito a minha loucura no prato dessa ditadura,

tão cheia de estupidez...

o meu próprio panegírico é que me faz ver e
cada vez mais, que a arte vale apena viver
não sigo igrejas nem seus dogmas
nem represento o público em geral
não me condeno por ser este instrumento
sem acordos diretos e indiretos
com o que me faz bem
com o que me faz mal
não vivo de ditaduras
nem de quaisquer escravaturas
sou da fé dos bons de alma
sou anjo endiabrado
sou qualquer significado
ou da livre informação

a censura que vem e me reprime
perde-se no seu próprio regime
poucos dias depois
pois, quanto mais reprimido sou
e ou estou, transformo esse ruído
em fluídos de pura informação,
que me leva e me eleva ao sublime conhecimento
e o conhecimento é o meu poder
então, nem tente me impedir
meus conteúdos próprios
ou impróprios pra quem não os vê...
...nem de mente, nem de coração
nem de olhos abertos, nem de reflexão

(sobre a interrupção da exposição no Santander Cultural)

O REI SOL

tua pele dourada
magnetiza meu olhar
sublime que és
adorna-me com essa cor o coração
é dessa energia que me equilibra a mente
e ilumina com luz a minha razão

és tu Divindade
que se ergues
nas alturas celeste
como um deus mitológico
de cabelos louros
e rosto resplandecente

és tu
Hélio
da alquimia
a rosa dourada
do zodíaco
o signo de leão

és tu
minha flor de girassol
que percorre os céus
do nascente ao poente
numa carruagem
puxada por quatro cavalos

cai

me perdi
do encanto
e mergulhei
num triste olhar

a harmonia
que em minha alma
ainda existia 
partiu com a desordem
solitária da minha vida

me fiz
preguiça
caindo dia a dia
a cada queda livre
uma altura insana

a lágrima
que em mim
sorria
agora é só agonia