Aqueles Morangos

morangos
lembram
transformações
entre uma mordida
suave
e o encanto da doçura
de um louco
pecado

morangos
lembram
diálogos tomados
de uma grande paixão
e desejos
com lampejos
às vezes em desatinos
e outras vezes delicados


(sobre a fotografia de Ana Albuquerque - O nosso olhar. Grupo/facebook por Leandro Selister)

Sentimento Vazio

uma moradia em fatias
não se desmorona
nas páginas em branco
pois ainda há memórias
que a vida não esvazia
na poesia do encanto

ainda há felicidade
no quase nada
ainda há ar
na casa desocupada
ainda há ocupantes
no vazio das páginas


(sobre a fotografia de Gaby Benedyct - O nosso olhar. Grupo/facebook de Leandro Selister)

vazio
(interrupção): II

uma garrafa vazia
uma sala desocupada
uma carta que nunca chega
um sentimento à espera do nada
um amor desguarnecido
um corpo oco
uma dor que não passa
um tédio
uma saudade generalizada

das lembranças
da menina do prédio
da falta de remédio
da última palavra
do teu sorriso
da primeira chegada
do teu espírito
do sossego do carinho
do abraço apertado

vazio
(interrupção): I

um copo
que não contém
nada
um cinema
que não há
ninguém
o teu mundo vazio
entre quatro paredes
e apenas o ar
na invisibilidade
do teu olhar

um poema
sem palavras
desabitado
intervalo
carente
esvaziado
vácuo
hiato
colapso
carente
vão

(sobre a fotografia de Marília Saldanha - O nosso olhar - grupo facebook de Leandro Selister)

esperança

nessa
amena solidão,
bate forte
o coração.

sinto,
sintonia plena
em teu
olhar...
uma suave leveza,
que te veste,
tão, serena,
como se fosse,
eterna
na luz etérea
da paixão que há
e somente
há
amor.

(sobre a fotografia de Dora Lampert - grupo do facebook: O nosso olhar - de Leandro Selister)

bendito fruto

me parte
o coração
na saudade
que há
de tempos
atrás

agora
o que me resta
é esperar
esperar
e esperar
até logo
mais

amor
de antes
agora
pra sempre
hoje
estamos distantes

em breve
um longo aproximar
e quem sabe
mais-que-perfeito
na imperfeição
cotidiana
das coisas


(sobre a fotografia de Nadia Lopes - Grupo/facebook " O nosso olhar" criação de Leandro Selister)

(Des)mascara

Cubra-te do silêncio
Assim, teu rosto assume
A verdade dos novos tempos.
Tens dentro de ti
Uma grande saudade,
Que, às vezes, sorri
E, outras vezes, parte
Pra, tão, longe.

A arte revela
A nossa ansiedade,
Os nossos temores
E outras insanidades
Que, de tão belas,
Nos aproximam
como ímãs...

Cubra-te da (des)mascara
Assim, tua cara expõe
A falsidade dos velhos tempos.
Cubra-te
Do silêncio...
Assim, tua face,
Revelará a verdade
Dos novos tempos.

"E de repente... tudo parou"

teu silêncio
parou no meu abraço
teu abraço
parou no meu olhar
teu olhar
parou na minha boca
tua boca
parou no nosso tempo de amar

tudo tudo tudo
tão de repente
quanto o repentinamente
parou
é como aqueles bancos da praça
à espera de alguém sentar
agora até parece um triste delirar
mas é apenas o momento pra filosofar

(sobre fotografia de Anelise Fernandes Costa - Projeto O nosso olhar - por Leandro Selister/facebook)

Depois

o que dizer agora
pra quem te diz
sem demora
depois
não há tempo
nem hora
o depois é agora
e o amanhã talvez
e quem sabe hoje
ontem eu sei

o que há na sombra
que a luz não revela
amor
sonho
silêncio
espera
amar é sonhar em silêncio
ou é a espera
que se revela na meia luz
da sombra das tuas pernas

(sobre foto de Debora Well Heriean - Grupo do facebook "O nosso olhar" - Leandro Selister)

A mar

em teu seio
bate o coração...
amor, silêncio, anseio.
vermelho é da paixão,
...há em tua mão,
que sangra,
a imensidão
de um corpo que clama,
como se fosse
mar que se agita.
(alma em suspensão)
tua onda é língua,
gotas partículas
de tinta,
no verso que grita,
no inverso seminu
da tua imaginação.

é como se fosse
a melodia
que abraça
o teu a mar
há mar...
Amar.

( sobre foto de Marília Saldanha, publicada no grupo - facebook / Leandro Selister - O nosso olhar)

levando
(poetry slam)

hoje
tou com sorte
disse tudo
antes da minha morte
cai do sonho
e o tombo foi forte
mas me ergui
mesmo com esse profundo corte
tão próximo
da minha mente
quase me perdi
amor não é eternidade
a verdade
sim
essa não é moeda de troca
o que me importa
é seguir em frente
às vezes triste
outras vezes contente
acreditando
que a vida vale apena
ser vivida
com toda a intensidade
é assim que se cura
a ferida
ou qualquer outra loucura
antes da partida
a saída é uma só
que dá um nó
no coração
então corra corra
engula o pó
mas desata dessa porra
razão melhor
não há
o que há de pior
é ficar deitado no sofá
olhando televisão
pra deixar o tempo passar
então meu irmão
vá à luta
não fica nessa história
pois a memória
é curta
e começa a enganar
a própria razão

então meu irmão
vá à luta
e não tente parar
parar por quê
por que parar
use da imaginação
e abuse então
vá à luta
meu irmão

Janelas do Tempo

As janelas do tempo,
Ventilam a minha mente,
Iluminam a minha alma
E o meu coração.
É, assim,
Como se fossem olhos
A vigiarem a multidão...
Meu corpo (edificação).
São vãos nas paredes externas,
Que enxergam,
Que veem,
As estrelas,
As vidas internas,
Das noites,
Das cidades...
Solidão

encontrando
a mim mesmo

às vezes
eu só penso
em mim
e outras vezes
eu penso
em alguém
dentro de mim
e nada mais

eu não penso
só em mim
mas
às vezes
eu só quero saber
quem eu sou
e por que
eu sou assim

eu não estou
duvidando
do mundo
apenas
da minha vida
e na busca
incessante
dessa existência

eu posso
até parecer
egoísta
mas
eu já fui
muito mais
altruísta
agora eu só quero paz

amar
é algo complicado
para mim
eu já me doei
muitas vezes
e eu vi o tempo 
passar
e me passar para trás

eu não sei
se alguém
poderá me entender
o que eu sei
é que eu preciso
saber
de mim
mais do que eu sei

em algum momento
em que eu me encontrar
e eu me descobrir
então eu poderei
novamente
dar as mãos
a quem possa me pedir
um pouco de felicidade

ENCONTRO

Eu me encontro
No desencontro marcado.
É como, se, eu me encontrasse diante do espelho,
Face a face,
Em meio ao desespero,
Entre eu e o meu disfarce.
Às vezes, suportando sentimentos
E, outras vezes, me preparando para o amor:
Colisão de dois corpos incorpóreo..

Desse encontro,
Há uma certa dor
De separação.
Mas, tenho aprendido,
Que essa distância
Não separa a nossa imaginação.
Ainda tenho na razão
A existência, tão, sólida
E palpável da cura.

Em minha alma não há loucura,
Apenas, ela anda à procura
Do que ficou na ausência:
O reencontro

AINDA SOMOS MAIS FORTES
(nem . nem ,)

essa distância que nos desafia
também nos aproxima
e faz de nós super-herois
e super-heroinas

sentimos a dor de quem parte
sentimos amor um pelo outro
e é a mais pura verdade
esse é o nosso maior conforto

esse mal vai passar
então não desista agora
pois logo logo no final
vem a leveza da esperança

sentimos Deus e toda a energia
positiva do cosmo-universo
pois estamos na mesma sinergia
aqui há harmonia verso a verso

isso nos faz sermos cientes
da ciência humana
e de como pertencemos à mãe natureza
e de como a vida nos pertence

sentimos que a humanidade se ama
e que ainda não perdemos a nossa essência
somos tão fortes diante do peso que nos assola
e somos vitoriosos pois fazemos parte da história

CADA UM NO SEU QUARTO
(janela, espelho, parede, retrato)

Eu, aqui , no meu quarto
Pergunto ao astronauta (ao meu lado)
Como a terra, dai, de cima
É bela (?)

Eu, aqui, no meu quarto,
Pergunto, a mim mesmo, (meio calado)
Como anda silencioso
O tempo?

Mas, só 'tou esperando
Esse momento passar... (passa-tempo)
Olho, às teclas do computador
E, vejo na tela O NOSSO OLHAR.


(dedicado ao grupo O NOSSO OLHAR)

A LIBERDADE
DE MOVIMENTO

A ave-anjo
Abre as asas
Da imaginação
Em busca da liberdade
(livrai-nos dessa prisão)

E, lá, de cima
Da Torre de Babel
Como a vista é linda
E todos nós
Falamos a mesma língua

A esperança
Nunca será destruída
Pois ela sempre nos traz
A eterna confiança
Em algo positivo

(postado no grupo "Nosso Olhar" (facebook: Leandro Selister/Artista Visual)

LIÇÃO DE CASA

A janela que reflete em meu olhar,
É a mesma janela, que se fecha,
Quando o vírus voraz aparece.
Mas, logo, ele, desaparecerá...
Até parece que está tudo perdido,
Mas, nunca estará...
É, apenas, um breve silenciar
Que reflete suspenso na alma.
Logo, logo a luz completa virá,
Junto com os nossos largos sorrisos,
Cheio d'um brilho infinito em único olhar.
E a cidade voltará à felicidade,
Em uma Porto Mais Alegre...

E
Quem
Sabe
Consigamos
Refletir
Mais
Sobre
A
Vida
Que
Levamos
E
As
Pessoas
Que
Amamos
Ou
Deixamos
De
Amar

 (postado no grupo "Nosso Olhar" (facebook: Leandro Selister/Artista Visual)

NA LUZ DA ESCRITA
O QUE FICA
NÃO É A PRISÃO
É A INICIATIVA LIVRE
QUE TEMOS
PRA MUDAR SEMPRE
PRA MELHOR

Quando der vontade
De chorar, chore...
Quando der vontade
De sorrir, sorria...
Quando der vontade
De fazer tudo, faça...

Quando der vontade
De não dizer nada, não diga...
Quando der vontade
De olhar pra dentro de si, olhe...
Quando der vontade
De ouvir o seu coração, escute-o...

Quando der vontade
De amar, AME...
Quando der vontade
De ler a última poesia escrita, leia...
Quando der vontade
De acreditar em novos dias, acredite...

E, não tema coisa nenhuma,
Nem a voz da razão...
A imaginação é a maior fotografia.
Então, jamais se esqueça:
Esse é O NOSSO OLHAR...

 (postado no grupo "Nosso Olhar" (facebook: Leandro Selister/Artista Visual)

UM GRANDE OLHAR DIANTE DE UMA PEQUENA JANELA

O que eu vejo da janela,
Poesia sempre bela
Ou triste agonia (?)

"o meu olhar é o teu olhar
o teu olhar é o meu olhar"

Há tantas almas errantes,
Nessas ruas vazias,
À procura de corações solitários,
Pra se encherem de alegrias...

Cadê as caras metades,
As caretas de palhaços?
Ah, quantas saudades
Das cores das borboletas...

O que eu vejo da janela,
Um mundo escuro
Ou uma paisagem eterna?

O meu coração é o teu coração
O teu coração é o meu coração

E, que toda a verdade seja dita:
Ciência é a arte que cura e liberta.
Não há espaço para a falsidade. Fica o alerta!
E, assim o sorriso sonhado volte e nos divirta...

Vá, até a janela e veja se há outra saída
Na liberdade que, agora, não há...
Então, não esqueça desses longos dias,
Ore pelos mortos e lembre-se de amar ao próximo.

O que vejo da janela
para-raios, para-brisas
paraquedas, paranoias (?)

A minha poesia é a tua poesia
A tua poesia é a minha poesia

Agora, eu observo um outro mundo:
A forma do paralelepípedo, as curvas do parafuso,
A janela do outro lado, a pequena flor no canto do pátio
E os pássaros... ah, os passarinhos...

E, quando tudo parecer jamais,
Lembre-se: o nada, nunca será demais...
Na janela da minha alma,
O meu olhar é o teu olhar e vice-versa.


(dedicado ao Grupo "O NOSSO OLHAR")
 (postado no grupo "Nosso Olhar" (facebook: Leandro Selister/Artista Visual)

é de partir o coração...
(a vida é longa não precisa de tanta pressa)

eu não gosto de me despedir
acho isso um saco
mesmo que eu não vá me divertir
só pra ficar escondido num buraco

então não me venha pedir
pra sair
por aí
pra fingir

eu quero é mais
é escutar o meu rock'n'roll
coisa que pra mim
faz sentido

eu gosto de sair sozinho
e de encontrar alguém
perdido no caminho
pode até ser alguém Meio certinho

mas que não venha me pedir abrigo
pois não sou de dar largos sorrisos
nem de proteger qualquer desconhecido
desculpas mas fingir eu não consigo

então se não consegue me sentir
nem venha me pedir pra sair
pra fingir por aí
que somos uma dupla invencível

eu quero é mais
é viver em paz
seja como for
seja com o que me satisfaz

eu quero é mais
é escutar o meu rock'n'roll
coisa que pra mim
faz sentido Que sentido faz