segunda-feira, 10 de maio de 2021

 Corte Cirúrgico

Por que me engano tanto?
Tenho dito há tempos...
Essas vozes que são as minhas,
Ecoam como cicatrizes que não se curam.
Estão todas por debaixo da pele,
Às vezes, reprimidas e tão suscetíveis
Ao medo.
Eu temo pela invisibilidade
Que não desaparece.
E quando elas crescem, ativam a minha barbárie.
É desse anjo maldito,
Oculto, incubado,
Que se alimenta da minha derme,
Encobrindo o meu destino.
?caminho sem volta
O que me resta é o que anda disfarçado,
Sorrindo ao meu lado,
Drenando o meu sangue
Que é mais vital à vida de um vampiro.
Sou eu essa criatura... um morto-vivo.
É porque me engano tanto!

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