domingo, 29 de janeiro de 2023

Yanomami

Yanomami e a ameaça cega dos brancos


O INÍCIO:


E, é assim como eu me sinto,

Como um menino prodígio,

Como um anjo divino,

Como um  filho de Deus.


Sou eu

A ameaça cega

E branca


O MEIO:


Malditos brancos predadores

Destruindo a terra-floresta

Ameaçando o povo Yanomami


Rios contaminados,

Árvores no chão,

E animais mortos

Na contínua e permanente depredação.


E quem não se esquece...

Quem são os ateus,

Os sem almas e os hereges (?)

Adeus, adeus


E, é assim como eu sou?

Espírito maligno?

Vida sem cor?

Coroa de espinho?


Destruindo os povos nativos,

Os Xamãs e os Espíritos.

Por que tanto desamor?


E mais uma vez

A ameaça cega dos brancos,

Estranjeiros, viajantes,

Soldados e garimpeiros.


E mais outra vez

Constroem as suas moradas,

Igrejas das pedras petrificadas,

Séculos e séculos com forças armadas.


Missionários e invasores,

Pesquisadores sem nomes,

Em nome da ciência e de Deus

Colhem frutos, folhas e flores.


FIM


E, é assim a nossa língua:

Sanöma, ninam, yanomam

Yaroamë, yãnoma, yanomami.


E quem sou eu (?)

Identificado como homem branco

Humano é o que sou?


sbs

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