sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Pincel

Tudo no seu devido tempo,
A fotografa fotografada.
Um instante no exato momento.
O Artista e a imagem captada,
Fixando a flor-do-vento.

E, ali, a eternidade gravada,
Num lugar que não há lamento.
Vida é o que não falta na estrada,
É muito mais que cem por cento.
É como se fosse uma flechada,
D'um anjo lírio-do-vento.

Nada se perde na arte criada
Pois, viver é sempre um novo invento.
É como a mais bela poesia lembrada,
Dedicada a modelar o pensamento.
Mas, jamais deixar de ser ousada.

Ela pousa pra quem tem o talento,
A fotografa fotografada,
Encanta o encantamento
Dos olhos de quem a vê, parada,
Com todo o conhecimento.
Pinta e enquadra a luz libertada.


 (sobre a imagem de Nádia Raupp Meucci. Foto de Vitório Gheno)

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