Entre agora...

Insana

Se tens na alma humana

A liberdade da existência

Que navega em versos

Pelo universo

Imerso

Em tua imaginação

Então

Entre agora

Sem frescura

Sem preguiça

Sem angustia

E dê o seu melhor

Transformando toda essa loucura

Em uma crescente harmonia

Entre agora

E golpeie a solidão

Que margeia

A vida dessa criatura

Que às vezes estúpida

Grita

Com o seu próprio coração

Então

Entre agora...

Que caia das alturas

Como a luz infinita

Da eterna paixão

E rasgue essa maldita

Agonia

 NÃO VENDO MAIS SONHOS COMO ATIGAMENTE

lá vai

o meu

sonho

pela rua

batendo

de porta

em porta

mas logo

ele volta

pra casa

de mãos

vazias

pois a

realidade

é outra

coisa

 Surdo-mudo

Eu mudo

De ninho

E fico mudo

Sozinho.

Desisto de tudo,

Desse caminho,

Desse mundo

Em desalinho...

O que é tão profundo

Que um carinho?

Que um sorriso estupido?

Que um canto do passarinho?

Quem sabe lá no fundo,

Bem lá no fundinho,

Um coração desnudo

Me diga bem baixinho...

 Não Sou De Iludir Ninguém

Volto outro dia

Pra ver o sol nascer

E quem sabe eu consiga sentir

A magia do amanhecer

Quero me convencer

Que o mundo ainda vale apena

Que vale apena se viver

Sem que pareça covardia

Não vou me esconder

Debaixo das estrelas

Mesmo que pareça pequena

A minha vida inteira

Sempre vivi na ousadia

Aqui ou ali na cena

Mas nunca encenei

A minha vida vadia

Eu é que sei

Tu não sabes nada

Ele muito menos

Nem Deus nem deuses

 Falam De Mim

Aqui há o maior silêncio,

Tão puro como os demônios que invento.

Eles gritam pela minha alma,

Deixando os ecos atordoarem os meus pensamentos.

Mas,

Ninguém mais consegue ouvi-los,

Somente a minha mente pirada.

Se fossem anjos,

Talvez rezassem por mim.

Mas pra eles eu sou mais uma piada.

Me perdoem os inocentes

Até pelo que dizem de mim

Sou eu o culpado por não ter um sorriso largo,

Pela minha falta de felicidade dia após dia,

Pela própria dor que não me esvazia.

Então,

Por que ainda ouço o canto dos pássaros?

Por que ainda sinto a afinada sintonia com a vida?

Esta vida que matiza de cores os meus passos..

Me perdoem os indecentes

Até pelo que eu não fiz

 Ainda há uma saída

Eliminei da minha vida

Todos os suicidas

Deixei apenas

As pétalas caídas

Guardas em meu coração

Um dia eu sei

Que a natureza do meu ser

Se renovará

Como toda a paixão

Que renasce das cinzas

Já enlouqueci de vez

Já me permiti viver na solidão

Já fui e já voltei

Já tive todas as chances

E hoje só eu sei

Não tenho medo do amanhã

Aprendi que a flor não é a única beleza

E que aprender com os erros vale mais apena

Não tenho medo de ter coragem

Pois o ontem me ensinou o que nunca se sabe

 Evocando atitudes aos românticos

falar de amor

é quase a mesma coisa

que não senti-lo

amor falado

é tão purificado

que chega ser divino

não perca tempo

em teorias do amor

é impossível defini-lo

senti-lo

ao ler um poema

de paixão tocante

fazê-lo

ao ver as taças cheias de vinho tinto

manchando os lábios selváticos

então não diga nada...

sinta-o

faça-o

 Ser jamais o que não é

Você esteve onde ninguém mais esteve,

Tão por fora da minha mente,

Tão por dentro do meu coração.

Lá fora

Você me disse coisas indecentes.

Aqui dentro

Você abraçou a minha solidão.

Se você é o que é

Brisa que vem suave e fresca,

Que não me causa efeito como se fosse droga,

Que me eleva em meditação.

Se você é o que é

Forte e repentina,

Que me joga no olho do furacão,

Pra que a minha alma não adormeça.

Aqui dentro

Você me deu a vontade de rir sem ter que depois chorar.

Lá fora

Você foi como sempre foi...

Você esteve onde ninguém mais esteve,

Tão por dentro do meu coração,

Tão por fora da minha mente.

 poema-chave

penso que na vida

há dois caminhos:

um é o mar aberto

e o outro é a cerca elétrica.

no mar aberto,

às vezes, se segue por caminhos

entre espinhos e pétalas.

e, outras vezes, após súbita procela,

na terra a areia movediça é o ninho.

na cerca elétrica

os sonhos são controlados,

as urbes têm cadeados

e o pôr-do-sol tem

porém, há mais drones no céu.

 Volátil

eu já quis ser um ser voante

pra ver o que não se vê

em cima da terra

sonhos distantes

como deve ser

de asas abertas

ver a paisagem

e descrever imagem por imagem

que verdade há

no que pode acontecer

além da simplicidade

da liberdade

se não há prisão

não é preciso olhar para os lados

para atravessar as ruas

nem ter que dar as mãos

então

é abraçar a imaginação

ouvir do tempo o silêncio

e da natureza todos os sons

 s/título

pena que durou

bem pouco...

essa é a viagem da vida,

uns se vão cedo demais

e outros continuam

porque são loucos.

mas, deixam pra trás

a realidade...

que realidade é essa,

que não se sonha mais (?)

 Ultrapassando Alguma Coisa

Tenho todo o tempo do mundo

É que ele é pequeno

E cabe dentro do meu bolso

Quando estou vestido

É que não fico alimentando os meus sonhos

A todo tempo

Só quando estou de olhos fechados

Aí todos eles são inteiros

Eu já disse tudo

Por isso que a minha vida é um milagre

Desde a hora que acordo até a hora que eu durmo

Pois estou completamente desnudo

 Eu Sou A Tua Imagem

de ti

para ti

ao ver

o teu

rosto

o que tu consegues enxergar

além das tuas linhas de expressão?

a vida

simplesmente

repousando

com o passar dos tempos

ou

a morte

que te quer mais

azar

do que a própria sorte

se ainda há um deus escondido em tua alma de ateu

talvez um anjo herege te diga amém

mas

se tu

não sabe

a língua

dos anjos

então meu

tu se fodeu

 Nem me leve a sério

Não tenho paciência

Nem pra ler o que escrevo

Depois que tá feito

Logo deito e durmo

E já me esqueço

 Manchas

não faço tatuagem
da cara de ninguém
pois a minha pele
sofre também

 A liberdade da leveza

As tuas mãos repousam

Na anatomia de um outro corpo.

Às vezes, elas deslizam

Na liberdade da leveza,

À procura de um outro sossego

Em que não há tristeza, nem solidão.

Apenas uma outra beleza, que não se define.

Assim, como as aparências da paixão.

A liberdade da leveza

É como uma brisa,

Tão suave e tão fresca,

Que o vento inventa

Pra acariciar um coração.

E, é tão coisa da natureza,

Que a alma humana

Não se prende na razão.

 SEM NUNCA SABER DIREITO

Coisa de jumento

Dizer coisa alguma

A todo momento

Ou é melhor dizer além do nada

Será que vale apena

Ou é pior ficar de boca calada

O nada diz muito

Em tão pouco tempo

Se esse for o intuito

Ou é passatempo ou é tudo

E se faz algum sentido

Que não fique mudo

Caso contrário

Fique calado

Seu otário

Pois a palavra é mágica

Até no silêncio

Ela produz como uma fábrica

Às vezes é coisa limpa

Outras vezes é coisa suja

É cada coisa que se garimpa

Então que a verdade seja dita

Mais que um sentimento profundo

Se é que a mentira irrita

O que não pode ser tão fundo

Que não seja tão raso

Nem infecundo

 A Real Resposta

não estou perdido

apenas errei o caminho

(coisas do acaso)

mas me encontrei com o destino

como é engraçado

saber detalhadamente o que vai acontecer

no amanhecer

depois de passar pelo passado

é a vida

às vezes se tem a chave da porta

e outras vezes não se vê a saída

mas o que mesmo importa

?

talvez seja isso a real resposta

pois pra tudo há uma explicação

tanto pura como idiota

 Só Os Anjos Saberão

por uma lembrança

me escapa um sorriso inocente

que só o coração mais sente

e sente tanto

que nunca esquece

como a mente

que no coração

mais sente

tão suavemente

a recordação

é como uma estranha canção

que só os anjos saberão

e saberão

dos meus pensamentos

indecentes

contidos no sorriso

que passa rapidamente

pela paixão

que só os anjos saberão

 Ainda Sou A Criatura Que Ainda Respira

o que resta de mim

além do que eu já não sou mais

é só ver esses abutres

esperando a minha carne apodrecer

pra arrancar pedaço por pedaço

é só ver essas hienas

rindo da minha sombra pequena

pois o meu corpo já não aguenta mais

o que resta de mim

além desse cadáver ambulante

é só ver esses corvos

observando a minha alma

que não se anima

é só ver esses chacais

roubando o meu descanso

debaixo da terra para uma vida eterna

 Bicho Louco

Há coisas que nem o meu reflexo consegue revelar,

Quando me olho cara a cara no espelho,

Não vejo a minha outra cara-metade.

Mas, também, nem eu quero uma outra parte.

Se é pra ter, que seja por inteiro.

Que seja de verdade. Que eu possa tocar.

Chega de inventar...

Eu, já, me reinvento todos os dias. Um dia é a mesma coisa:

Acordar cedo, tomar um banho, trocar de roupa,

Combinar o azul com o vermelho...

E num outro dia a situação é critica: eu não quero acordar,

Nem tarde, nem tomar banho. Eu não quero combinar, nem o branco com o preto.

E, assim eu saio perdido do meu par...

Eu sei, muito bem, dessa minha individualidade

Que não é nada fácil e não agrada a ninguém.

Eu sei que não há novidade na minha vida social.

Mas, quem sabe eu esteja um dia nas páginas de um jornal,

Com a cara estampada numa crônica policial

Ou talvez, sorrindo cinicamente ao lado de um político corrupto.

Se tudo é possível, até mesmo eu virar um bicho louco

E escrever no final uma poesia de cunho antissocial.

 SE A FONTE SECAR

Vamos beber nos crânios

Como se fossemos Dionísio

Como se estivéssemos perdidos

No encanto dos demônios

Nem tudo é vandalismo

É apenas um pouco do nada espirituoso

É apenas um pouco desse mundo insano

Em um misterioso romantismo

É nessa vida que vivemos consumindo

E que depois estaremos sumidos

E não existirá mais a essência de tudo isso

Pois estaremos eternamente dormindo

Vamos beber nos crânios malditos

E recordarmos de coisas tristes sorrindo

Vamos rir do impossível (goles e goles de absinto)

Até que sejamos arrebatados por seres benditos

 MEMÓRIA

Quando brinco com as lembranças perdidas,

Há tantos achados que estão no fundo,

É como um mosaico de outras tantas vidas.

E a cada recordação aflora o louco em meu mundo...

Sou eu nessas idas e vindas

Que, ainda, acredita nas coisas do passado,

Passando pelas noites lindas,

Das noites mal dormidas de um apaixonado.

Amores que vêm e vão,

São como os desejos e as vontades

Que decoram a paisagem,

Iluminada de sonhos e verdades...

É a realidade das coisas do coração,

Mantidas em uma única imagem.

 UM CERTO OLHAR

Olhando pra ti,

Sinto em mim

Algo neste instante.

Não tem nome,

Nem está tão distante

Que se some

Como num breve fim...

Está aqui, agora.

Mas, não consigo alcançar.

O meu olhar está sempre

Onde nunca se está.

Até parece me levar

Para nenhum lugar

Em que o meu olhar

Possa te encontrar.

É sempre

O jamais

Que parte

Deixando

A saudade

Bem perto

Gosto

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 Ainda quer assunto...

Sou
eu
a
ideia
central
da
história
.

 há um mundo indefinível que habita no interior do poeta

tão bela

como as pétalas

da flor

tão feia

como a vida

que não tem cor

tudo pode ser indefinível

como o próprio sentimento do amor

e quem vai tentar explicar

que dentro da beleza

também existe a dor

o poeta

carregado de emoções

do seu mundo interior?

e quem vai tentar explicar

que o que nos parece feio

também prazer pode nos dar

o poeta

cheio de suas loucuras

tão perfeitas em noites de luar?

se há além das estrelas

aquilo que não existe

mas que dá vontade de acreditar

se há além das ondas do mar

sereias que encantam com seus cantos

à quem tem o desejo do pecar

perdão não há

mas o pecado é feio

e ao mesmo tempo tão delicioso

 AME-SE (antes de tudo)

O amor

Quem o sente?

É tão independente de outros sentimentos,

que te prende.

É o que faz desejar tanto o bem do outro

do que o seu próprio.

O amor que se sente

é uma verdade que significa tudo...

E onde tudo deu errado

é amor disfarçado?

É que o amor também engana,

deixando os olhos nublados...

É que a mente, também, insana

se desprende do coração.

O amor

Quem o sente?

Vem depois de uma paixão,

cegamente...

Atração desmedida

meticulosamente...

Vem no meio do furacão,

engolindo a racionalidade.

Vem vomitando a extrema felicidade

ou o sofrimento de possíveis desilusões.

O amor

Quem o sente?

?É quem perde o medo

É quem tem grandeza de alma...

O amor quem o sente

É como a vida no ventre.

nasce e se desenvolve

se prende

permanecendo pra sempre

ou cria as asas e se desprende