domingo, 29 de abril de 2018

NO LEITO QUE SEGUE A TUA VIDA

à margem das agruras
e sem viço
qualquer instante é doçura
como um sonho louco
diante do sorriso da lúcida loucura
tudo é bem pouco
diante do meu corpo
que bem mais sucumbe
quanto as batidas do coração
se a razão não posso ter - permaneça a magoa
rápido como sempre me dão
a compaixão e logo me reprimem
nem sim, nem não
apenas as sobras de comida
é que me libertam da prisão
e mesmo que a vida passe
na velocidade absurda
dos automóveis estacionados
quando eu me acordar
ainda haverá sobre o meu rosto, olhares maldosos

(sobre a fotografia de Regina Veiga 2 - triticidade)

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