POÈTE MAUDIT
sinto muito em te dizer,
ser idiota,
Jesus Cristo não voltará.
esqueça a fé
e saia por esta porta.
o inferno é um bom lugar
pra se viver,
entre os ratos e as cobras,
se na vida
nada mais te importa...
sinto-me bem
em saber
da vaidosa vaidade
desse mundo
que é o mesmo teu,
cheio de caras hipócritas...
...línguas de trapos
e bocas tortas,
que se alimentam
da raiz imunda
que nos consome.
sinto em te dizer esse nome...
...este é o nome (?)
que nos invade...
...que nos divide
em mil partes.
uma crença cheia de bondade.
um espelho vazio de imagem.
tudo em nome de Deus...
...em nome do amor
( sobrenome: efêmera eternidade)
Mas, tu sabes que somos ateus (?)
? mas tua sabes que deuses somos !
sinto apego
sinto disfarce
sinto medo
sinto a face
(sinto-me cego, surdo e mudo)
sinto a falta de verdades...
e sobre a inquisição (?)
sobre os novos cristãos (?)
? quais são as realidades
e sobre a escravidão... Santa Sé ?
sinto em te dizer
meu irmão...
...irmãos é preciso um novo mundo,
uma nova Arca de Noé...
esqueça a luz
que ainda o teu vermelho ditador
te conduz.
ele vive mergulhado em tuas entranhas,
enquanto a vida se prende na sanha...
às portas do paraíso.
sinto tudo o que não passa
e o que perpassa...
...são sacrilégios e sacrifícios.
todas as almas, feridas,
estão vendidas...
...vamos nos abraçar
no Apocalipse da Bíblia.
ouça-me ser idiota !?!
ouça o pavilhão das bruxas,
arde como sempre
como o diabo em nossas mentes...
sinto tanto por tão pouco.
fogueiras e calabouços,
são como as chamas...
...que nos chamam, que nos prendem e
que nunca se apagarão...
arde como sempre
como o anjo em nossas mentes...
entre o bem e o mal, planta-se a semente.
e o tribunal de contas, que mata pra julgar
os hereges, os sábios, os crentes...
E os Poetas Malditos jamais irão se calar.
sinto em te dizer o que sinto,
enquanto os sublimes viverem no Olimpo...
...eu estarei neste limbo,
preso na câmara dos tormentos,
cheio de vazios pensamentos,
velhacas e vadias ideias,
é o meu Santo Ofício...
viver livre neste desterro...
um único enterro, sem artifícios,
nem blasfêmias, nem blandícias...
"Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!"
estou no exílio do meu espírito.