sexta-feira, 19 de maio de 2017

ACHAR-SE SEM A PESSOA QUE SIRVA
vago
pelas estradas
sem rumo 
certo
contando as estrelas
à procura de uma estrela
mais próxima,
só para ofuscar
esse imenso universo
deserto que habita
em meu coração

vago
sem destino
como um barco
que vaga pelos mares
ao sabor dos ventos
vago na persistência
regular
que se mistura
na corrente que traz
e leva o verso
num sussurrar
vago
confuso, turvo
sem ocultar
cobrir, velar
quase imerso
nas convulsões
do meu pensar
que permite
a minha existência
que permite
agora mesmo me levar
vago
sem significado
e travo
alma e corpo
lentamente
sem propriedade
ainda mais quando anoitece
e a sombra cresce
eu vago sem endereço
de lugar em lugar
na luz de todas as estrelas
Foto de Sandro HelterSkelter Bustamante.

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